Felipe Galtaroça
Nossas Três Perguntas da vez foram para Felipe Galtaroça, fundador e diretor da Ideal Consulting, empresa de consultoria em inteligência de mercado no segmento de bebidas, que atua no mercado brasileiro há oito anos atendendo dezenas de empresas do setor, principalmente importadoras de vinhos, assim como vinícolas, em outros países
Felipe estreou no mundo do vinho em 1999, aos 17 anos, como estagiário do departamento de marketing da importadora de vinhos Expand Group, quando ainda iniciava seus estudos de Administração de Empresas. Em pouco tempo, tornou-se gerente do departamento de marketing direto e digital da maior importadora do Brasil. Cedo ele percebeu que as empresas do segmento eram carentes de informação de qualidade para planejamento estratégico e, então, fundou a Ideal Consulting.
1) Conte-nos um pouco sobre o seu trabalho
A Ideal.Bi é a maior e mais renomada empresa de inteligência de mercado, especializada no segmento de vinhos e espumantes da América Latina, com a missão de fornecer ao mercado informações estratégicas para a tomada de decisão dos principais importadores e produtores em todo o mundo.
2) Qual é, no momento atual, o rumo do mercado de vinhos no Brasil?
O mercado de vinhos nos últimos anos sofreu com os problemas econômicos, a alta da inflação impactou na redução das vendas – principalmente os vinhos de primeiro preço, responsáveis por cerca de 70% do volume total do mercado. Este movimento ocasionou estoques elevados no varejo que, dentro de um cenário de alta da taxa de juros, comprometeu o resultado financeiro. Com tudo, acreditamos que as vendas do final deste ano de 2023 serão o estopim para o ajuste deste estoque remanescente. Com a inflação mais controlada e sequenciais reduções da taxa de juros no Brasil, poderemos esperar para 2024 maior investimento no setor, por parte do varejo, de produtores e de importadores.
Quanto aos vinhos de maior valor agregado, com valor superior a R$120,00 a garrafa, categoria responsável por 25% do faturamento do setor, continua crescendo; em 2023 o aumento foi de 12% em volume e 14% em valor. Consumidores com maior percepção de qualidade e conhecimento sobre o vinho, poder de compra com menor impacto dos problemas econômicos são fatores que aceleraram a demanda nesta categoria.
3) O que é preciso no Brasil para alavancar o consumo de vinho?
O mercado de vinhos no Brasil é relativamente jovem. Para alavancar o consumo precisamos fomentar a cultura do vinho, gerando hábito de consumo. Temos evoluído em relação a oferta de produtos diversificados, vinhos com maior residual de açúcar para o consumidor com paladar mais doce, baixo teor alcoólico, baixas calorias, até mesmo o zero álcool ou embalagens alternativas em busca de sustentabilidade, produções orgânicas ou biodinâmicas, entre tantas outras opções para agradar os consumidores mais exigentes e ampliar os potencias consumidores.